A síndrome de Burnout, também chamada de síndrome do esgotamento profissional, se tornou conhecida pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.
A dedicação exagerada à atividade profissional, a busca incessante por ser o melhor, sempre demonstrando alto grau de desempenho e a medição da auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional são características marcantes de uma pessoa que possui essa síndrome. O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, a necessidade de se afirmar e o desejo de realização profissional se transformam em obstinação e compulsão. O paciente nesta busca sofre, além de problemas psicológicos, forte desgaste físico e mental.
Os sintomas são variados: fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e problemas digestivo, entre outros.
Existem doze estágios de Burnout:
1) Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz
2) Dedicação intensificada, com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);
3) Descaso com as necessidades pessoais, tais como se alimentar, dormir, sair com os amigos, que começam a perder o sentido;
4) Recalque de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
5) Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
6) Negação de problemas – nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
7) Recolhimento e aversão a reuniões (anti-socialização);
8) Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
9) Despersonalização (evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados, etc);
10) Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
11) Depressão – sentimentos de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
12) E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma extrema urgência.
A psicoterapia é muito importante no tratamento para fazer com que a pessoa perceba como e por que permitiu que a situação chegasse ao limite. Com o auxilio de um psicólogo, a pessoa precisará aprender a reorganizar o próprio tempo, identificando o que pode mudar, a fim de dar prioridade para a própria vida. Nesse contexto, é importante aprender a delegar responsabilidades e trabalhar em equipe, além de estabelecer horários rígidos de entrada e saída do emprego e não levar trabalho para a casa. Outro ponto essencial é separar um tempo para o lazer e para a atividade física.
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